A CAPELA DOS OSSOS
A primeira vez que estive na Capela dos Ossos numa visita de estudo, alguém explicou como aquela capela era superior à de Évora, com o mesmo nome, porque na capela de Faro os ossos se encontravam amalgamados nas próprias paredes enquanto na outra tinham sido apenas colados. Lembro-me muito bem de ter pensado que raio de importância teria isso, mas anos mais tarde, na Capela dos Ossos em Évora, surpreendi todos os presentes, afirmando em voz alta a superioridade da Capela dos Ossos de Faro.
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Este texto faz parte do meu livro Saudade de água: memórias de Faro, publicado em 2010 sob a etiqueta Cão Danado, e está agora incluído na brochura de Faro da Rota Literária do Algarve.
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Não sei se existe uma versão em papel da brochura e não sei se o itinerário literário de Faro está a ser desenvolvido por alguém.
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O próprio livro apresenta um itinerário de Faro e tenho pena que não esteja por aí à disposição do leitor, pois é um livro de que gosto muito e talvez o único dos meus livros que reflete inequivocamente a minha condição de farense.
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Como diz o poeta e editor Pedro Jubilot, também ele algarvio, sobre a situação da literatura no Algarve:
Às vezes quero pensar nisso, mas acabo por não me deter muito tempo aí. Passo mais tempo a desfrutar do presente, do que ele nos pode ou consegue dar. Editoras há poucas, livrarias quase nenhumas, os autores rumam a diferentes paragens por diversas razões. É preciso não esquecer as características muito específicas da região em termos geográficos, socioeconómicos, culturais, desde sempre.
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